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sábado, 11 de abril de 2009

ALGUMAS FOTOS DAS JORNADAS

A FOTO DE FAMÍLIA

A COMISSÃO ORGANIZADORA COM O PADRE GERAL E O SEU CONSELHEIRO PARA A EUROPA


O PE FRANCISCO RODRIGUES APRESENTANDO O CONFERENCIASTA DA MANHÃ, REVDO PE GERAL


O PE FRANCSCO APRESETNANDO O CONFERENCISTA DA TARDE, AUGUSTO CASTRO
MOMENTO DA CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA,NO SÁBADO , 28
MOMENTOS DO ALMOÇO
MOMENTOS DO ALMOÇO, DA ESQUERDA PARA A DIREITA, FREI SALVADOR, PE GERAL, D. ANTÓNIO VITALINOS,BISPO DE BEJA, PE JOHN KEATING, E AUGUSTO CASTRO

DA ESQUERDA PARA A DIREITA, PE GERAL, PE FREITAS, PE KEATING E PR DA DIR DA ASSOCIAÇÃO
MOMENTO DO ALMOÇO

MOMENTO DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
APRESETNAÇÃO DA OFERTA AO BISPO DE BEJA
MAIS UM MOMENTO DA APRESETNAÇÃO DA OFERTA
ORNAMENTAÇÃO DA SALA PARA AS JORNADAS.

I JORNADAS DOS ANTIGOS ALUNOS DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL

I JORNADAS DE ANTIGOS ALUNOS DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL

Com o patrocínio da Ordem do Carmo em Portugal e com a honrosa presença do Pe Geral da Ordem Carmelita, decorreram, entre os dias 27 e 29 de Março de 2009, em Fátima e na Casa Beato Nuno, as I Jornadas dos Antigos Alunos da Ordem do Carmo em Portugal.
As Jornadas iniciaram-se com uma cerimónia de abertura, na qual se desejaram boas vindas aos participantes, na qual o Pe Comissário da Ordem do Carmo em Portugal desejou a todos os participantes uma óptima estadia e que se atingissem os objectivos propostos. Apresentadas as Jornadas pelo Pe Frei Francisco Rodrigues, O.Carm., o convidado de honra, Revdº Pe Geral da Ordem Carmelita, Pe Frei Fernando Millán Romeral, O. Carm., satisfazendo o convite que lhe fora formulado, manifestou a sua confiança no sucesso deste evento de um dos membros da família carmelita.
No segundo dia, 28 de Março, o Pe Geral, na sua conferência, desenvolveu o tema da família carmelita, explicitando as várias manifestações possíveis de ser membro desta família carmelitana, com raro brilhantismo e singeleza. Seguidamente teve lugar a Eucaristia, presidida pelo Revdº D. Frei António Vitalino Fernandes Dantas, O.Carm., actual bispo de Beja.
Na parte de tarde teve lugar a conferência proferida pelo presidente da Direcção da Associação que versou o tema “ Associação, que futuro?”.
À noite, depois do jantar, houve lugar para a apresentação de testemunhos pessoais e discussão dos temas apresentados durante o dia. No terceiro dia de manhã, teve lugar um proveitoso diálogo com o Revdº Pe Geral, após o que se apresentaram as conclusões das Jornadas.
A Eucaristia, presidida pelo Revdº Pe Geral e concelebrada pelos sacerdotes participantes nas mesmas, foi a apoteose final destas primeiras Jornadas dos antigos Alunos da Ordem do Carmo em Portugal.

Augusto Pereira de Castro

SAUDAÇÃO EM JEITO DE DESAFIO DO COMISSÁRIO-GERAL DA ORDEM DO CARMO EM PORTUGAL

1. Caríssimos amigos e seus familiares, irmãos na vivência do ideal carmelita. Sede bem-vindos a esta casa onde esperamos que vos sintais bem. Desde já, as minhas desculpas caso alguma coisa não funcione em pleno, mas estamos ainda a finalizar um período de remodelações.

1.1. Boas vindas ao Pe Geral Fr. Fernando Millán, Pe John Keating, Pe Francisco Rodrigues ,

2. Começo por reconhecer e agradecer todo o trabalho e toda a actividade que esta associação tem tido. Como membros da Família Carmelita, sois um meio para fazer chegar às pessoas com quem conviveis a beleza e a actualidade do carisma carmelita.

3. Como em muitos momentos da nossa vida, é necessário parar algumas vezes para avaliar o caminho percorrido e, tendo em conta essa avaliação, definir o rumo e o itinerário a seguir. Estais aqui numa perspectiva de vos examinardes e pensar sobre vós. Sede generosos para ouvir os apelos que vos convidam à renovação.

4. Creio que o Espírito Santo vos inspirou para concretizardes estas jornadas de reflexão. A associação encontra-se numa fase a que chamaria duma certa insatisfação. Insatisfação que, mais que provocada pelas questões dos seus associados, é provocada pelo devir natural da história. Apesar de interessantes, creio que a vossa dinâmica entrou num a certa rotina que, apesar de agradável e socialmente apelativa, já não preenche totalmente aquilo que ambicionais da própria Associação.

5. Não me vou deter a reflectir sobre os motivos desta insatisfação… fica para vós.

6. Como responsável da Ordem, quero apenas lançar alguns desafios:

6.1. Que a Associação se integre numa visão de conjunto de toda a família Carmelita, interessando-se e participando no que a ela diz respeito em comunhão com os responsáveis da Ordem.

6.2. Que nunca percais a dimensão espiritual, litúrgica e formativa da Associação. A Fé faz parte da vossa vida. Se vos tornais numa mera associação gastronómica e de encontro pessoal para narrações saudosistas, recordando tempos que já pertencem a um passado mais ou menos longínquo, talvez não faça sentido, que ostenteis no vosso nome a referência à Ordem Carmelita. É bom o convívio e o encontro; mas, como membros da Família Carmelita, creio que se espera algo mais que isso. Algo que durante muito tempo vimos em vós.

6.3. Que sejais modelares no vosso empenho na vida de Fé, tanto nas vossas famílias, como nos outros ambientes em que vos moveis.

6.4. Que vos empenheis seriamente na vossa vida paroquial, mostrando-vos disponíveis e colaborantes. Por exemplo, animar a divulgar a canonização do Beato Nuno… ou na animação vocacional.

7. DESEJO UMA BOA ESTADIA ENTRE NÓS E QUE REALMENTE O SENHOR NOS AJUDE A CAMINHAR ENQUANTO FAMILIA.





sábado, 4 de abril de 2009

ASSOCIAÇÃO, QUE FUTURO?

INTRODUÇÃO

Quando, um dia, numa conferência sobre eventualidade de vida extraterrestre, o Professor Dr. Carvalho Rodrigues explicava a investigação dos humanos, dizia o seguinte: nós, os seres humanos, não conseguimos viver sozinhos e a solidão é o nosso inimigo maior, do qual fugimos todos a sete pés. Passamos a vida à procura de vizinhos, de pessoas com quem conviver, com quem estar, com quem partilhar as nossas experiências pessoais, o nosso saber, tudo, enfim, o que a nós diz respeito.
Procuramos pessoas que sintonizem com o nosso pensar, com quem nos sintamos bem, que nos aceitem no seu meio, pessoas com quem possamos formar comunidade e junto das quais nos possamos desenvolver, crescer e evoluir em todos os aspectos da vida da pessoa humana.
A vida de cada ser humano só é possível dentro de uma comunidade de conhecidos e de amigos, deles dependendo na sua vida pessoal.
As pessoas procuram vizinhos e assim se juntam em comunidades, assim procuram novos rumos para as sociedades, assim se desenvolvem em famílias, cidades, regiões, nações e organizações mundiais. Não conseguimos, de facto, viver sozinhos.
Mas, para além disso, cada ser humano e cada comunidade de seres humanos procura, incansavelmente, as suas origens, a sua Fonte. Como um companheiro de jornada da Associação dizia, há um ano, a propósito da procura de antigos marianos, “fui à procura das nossas RAÍZES”.
No fundo, se reflectirmos bem, é esta a linha de pensamento, mesmo que subconsciente, que preside às escolhas de cada pessoa, como às das organizações.
Seja por razão de evolução no campo da investigação científica, no campo do desporto, no campo do entretenimento, seja por razão da manutenção das recordações, das amizades criadas e vividas no passado, seja por razão de segurança, sabendo que juntos num grupo, sob uma qualquer bandeira, serão sempre mais fortes do que isoladamente, o certo é que, todos os seres humanos sem excepção procuram, de algum modo, maneira de estar associados ou ligados a outros, independentemente do laço que essa ligação revista.
São razões desta ordem que, na minha perspectiva, presidem à criação das organizações, sejam elas nacionais e oficiais, sejam elas particulares.
E quando nos debruçamos sobre uma organização em particular, podemos ver que ela surge quando o sentimento de necessidade de agrupamento para obtenção de um objectivo determinado começa a nascer na mente de muitas pessoas que se relacionam habitualmente entre si, ou que num determinado período de tempo se inter-relacionaram.
É num contexto desta natureza que apareceu o movimento que culminou na Associação do Antigos Alunos do Seminário da Ordem Carmelita em Portugal.

A ACÇÃO DO REVDº PE FREI CASIMIRO, O.CARM.

Nos anos 50, aquando da passagem da gestão do Comissariado para uma das províncias carmelitas do Brasil, veio para Portugal e para o Seminário Missionário Carmelita de Braga, o Revdº Pe Frei Casimiro Vloon, O.Carm.
Nele nasceu a ideia de continuar a manter contacto com os ex-seminaristas, para que não se perdessem os laços de família e de grupo que haviam sido criados com a permanência no “marianato”. E, se bem o pensou, melhor o fez.
Começou, logo a partir dos primeiros saídos, a procurar encontrar o seu paradeiro, para continuar a manter contacto com eles…
Nada ilustra melhor este modo de agir do Revdº Frei Casimiro do que o testemunho do nosso amigo e sócio da AAACARMELITAS, José Parcídio, quando afirma:

“Confesso que, apesar de todas aquelas dificuldades, fiquei triste por deixar o seminário. Nos primeiros tempos, lembrava-me muito do Frei Casimiro e Frei Servando, bem como dos ex-colegas. Talvez acabasse por esquecer ou, pelo menos, não andar por perto o meu pensamento mas, em Dezembro deste mesmo ano, por alturas do Natal (1953) foi com grande alegria com que recebi uma carta do Frei Casimiro. Abri apressadamente e retirei do seu interior uma pagela tipo A5, com o timbre do Seminário, escrita à máquina e começava mais ou menos assim:

VÍNCULO – 1 :Caro ou Prezado Parcídio:
Desejo que estejas bem de saúde que eu fico bem graças a Deus. Escrevo-te para saber o que é que é feito de ti, o que fazes e se todos os familiares se encontram bem. A finalidade desta folhinha, é de manter os ex-alunos que por aqui passaram, ligados à Mãe do Carmo e tentar criar um elo de ligação entre todos, bem como ir dando notícias do Seminário. Depois relatava o movimento dos seminaristas e clero, entradas novas, saídas, etc. e algumas coisas de rir. Dava alguns conselhos, pedia para nunca me esquecer da Mãe do Carmo e Jesus. Pedia para quando fossemos viver para fora da terra, lhe comunicássemos o novo endereço. Pedia também uma resposta e que lhe fosse contando a nossa vida. Terminava desejando as Boas Festas para toda a família em redor do menino Jesus. Claro que lhe respondi logo, dando notícias minhas.” (IN Vínculo II, 2001).
Os anos foram passando e o Pe. Casimiro foi construindo pacientemente a sua “base de dados” dos antigos alunos do seminário, procurando manter com eles contacto através de um boletim informativo que a todos enviava, com alguma regularidade e ao qual deu o nome de “Vínculo”.
Apesar de, nos primeiros anos, o número dos que o visitavam, isoladamente ou em grupo, ser reduzido, com o correr do tempo, este número foi aumentando, de tal modo que começou a acontecer, formar-se um número assinalável de antigos alunos e famílias que se encontravam na altura do fim do ano lectivo, no seminário, para confraternizar.
Com o andar dos anos, o António Silva começou a convidar alguns antigos alunos, para confraternizar com ele por altura do magusto. O movimento teve tanto sucesso que, a breve trecho, já eram mais de uma dezena os antigos alunos presentes. As coisas evoluíram a ponto de o Cruz ter desejado que o magusto passasse a ser realizado na sua casa em Viatodos, o que passou a acontecer até 1997, ano em que passou a ser na Casa da Mata, Felgueiras.
Além destes dois encontros começou a efectuar-se um outro encontro, desta feita, em Fátima e na Casa Beato Nuno, uns domingos antes da Páscoa. Tal como os anteriormente referidos, este também começou a juntar, cada vez mais antigos alunos.
A ASSOCIAÇÃO – SUA CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO

Por volta de meados dos anos oitenta, começou a nascer a ideia da formação de uma associação, por se entender que seria o melhor modo de congregar aos antigos alunos carmelitas, pôr em prática ideias que alguns tinham e estavam com vontade de levar à prática, como por exemplo, apoiar os tempos livres dos jovens filhos dos associados, o apoio e entreajuda entre sócios, etc., para o que, a existência de uma organização legalmente constituída, seria o caminho mais adequado; também era considerada a melhor forma de dar continuidade à publicação do boletim que o Pe Casimiro tinha começado, o Vínculo. E, foi num encontro realizado em Fátima e ao qual compareceram muitos antigos alunos (a avaliar pelo número de sócios fundadores da Associação), que se criou a Associação dos Antigos Alunos do Seminário da Ordem Carmelita em Portugal, numa Assembleia-geral constituinte, tendo-se determinado que os presentes seriam todos considerados sócios fundadores e que nos estatutos seria feita referência obrigatória a este evento, tendo sido escolhidos os antigos alunos encarregados de preparar os estatutos para a criação oficial da Associação bem como os membros dos Órgãos Sociais da mesma.
A partir daí começaram a multiplicar-se as reuniões parcelares para a elaboração dos estatutos da futura Associação. E, no ano de 1991 foi feita em Braga, a Escritura Pública da criação da Associação dos Antigos Alunos do Seminário da Ordem Carmelita em Portugal. No encontro seguinte, que se realizou em Fátima, foram confirmados os órgãos sociais da mesma.
A partir desta altura, todos os encontros que, até essa data, se vinham realizando, de um modo pouco formal e, talvez, um pouco por iniciativa da Ordem, bem como a publicação do Vínculo, fiaram sob a responsabilidade da Direcção então eleita.
Contudo, quem continuou a tratar da composição, publicação e envio do Vínculo, foi o falecido Revdº Pe Frei Bernardo, O.Carm.
A partir desse encontro de Fátima e dessa Assembleia-geral, a realização dos vários encontros passou a estar subordinada aos estatutos. Assim, começaram a realizar-se, de forma regular, os encontros de que atrás falámos.
Os Órgãos Sociais em exercício até ao Encontro de 1993, em Fátima, cessaram funções, tendo sido eleitos outros sócios para a Direcção da Associação, ficando como representante da ordem do Carmo em Portugal, na direcção, o Revdº Pe Frei Francisco José Rodrigues, sendo que passaram para o mandato seguinte, os membros da Mesa da Assembleia-geral e do Conselho Fiscal, do mandato anterior.
A partir desta altura, a nova direcção teve de assumir a publicação do Vínculo II, para além de continuar assegurar os compromissos existentes e decorrentes dos Estatutos, publicados em 1991.
Animada por um espírito novo, com vontade de imprimir uma dinâmica maior à Associação, a nova direcção procurou renovar e enriquecer o Vínculo, com novas rubricas e artigos, enfim, um Vínculo II numa nova imagem. Procurou, ao longo dos anos, dar uma nova vida à Associação, tentando realizar acções que, de algum modo, animassem a vida Associativa, tendo, é certo, sempre presente, as características muito especiais desta, uma das quais é a dispersão nacional dos sócios, o que constitui factor limitador da realização de qualquer evento.
Contudo, com o andar dos anos, começou a verificar-se uma diminuição de presenças nos eventos organizados, bem como uma diminuição progressiva do número de sócios que continuavam a pagar as suas quotas, a ponto de, actualmente, só uma quinta parte dos sócios comparecer e pagar as suas quotas.
E, não fora a continuada presença do representante da Ordem do Carmo na Direcção, o Revdº Pe Frei Francisco José Rodrigues, O.Carm. animando-a com o seu entusiasmo e disponibilidade permanentes e já esta, por certo, não existiria. Ele tem sido, ao longo dos anos, a energia motora e o espírito que tem mantido de pé esta organização, pois não fora a presença dele e já a associação já não estaria viva.


A ASSOCIAÇÃO – PRINCÍPIOS E FINS

A Associação dos Antigos Alunos do Seminário da Ordem Carmelita em Portugal é uma organização sem fins lucrativos que “não tem carácter político, regendo-se por um rigoroso respeito pelo pluralismo ideológico, cultural e religioso dos seus membros” (artigo 3º dos Estatutos).
Dizendo, embora, reger-se por um rigoroso respeito pelo pluralismo ideológico, cultural e religioso dos membros da organização, este princípio, que até consta de quase todos os estatutos das organizações nacionais actualmente existentes, é ele próprio, a expressão de uma posição filosófico-ideológica conhecida.
Este artigo mostra-nos que houve um grande cuidado em não misturar as águas, principalmente pelo facto de se tratar de uma organização, cujos membros tinham frequentado o seminário de uma ordem religiosa/católica e, em grande parte, se teriam já distanciado dos princípios e linhas orientadoras que norteavam a formação que receberam. Tal pressuposto poderá ter aqui, a meu ver, o seu principal fundamento.

OS FINS DA ASSOCIAÇÃO

São fins da Associação:
a) Promover a solidariedade entre todos os associados através do apoio e entreajuda mútuas no plano social, profissional e cultural, de acordo com as possibilidades e necessidades manifestadas pelos associados;
b)Promover encontros regionais e nacionais capazes de proporcionar espaços de confraternização cultural e de recreio entre associados e seus familiares, em ligação com a Ordem Carmelita;
c)Promover ocupação de tempos livres para os jovens, filhos de associados;
d)Manter laços estreitos de trabalho e cooperação com a Ordem Carmelita, quer divulgando a sua obra quer apoiando-a em iniciativas onde as estruturas da Associação se revelarem úteis;
e)Concretizar anualmente o encontro de todos antigos alunos, quer sejam sócios, ou não.
Propósitos como estes, consignados em estatutos, são óptimos objectivos a prosseguir desde que as organizações tenham bases de sustentação capazes para os levar a bom porto.
Uma organização como esta Associação, à partida, não parecia reunir condições para promover tais desideratos, a começar pelo da solidariedade. É que, promover a solidariedade implica ter meios para o fazer, ter capacidade para fazer levantamentos de necessidades individuais e colectivas ou grupais. Como intenção e propósito teórico, entendemos ser aceitável, mas não exequível a sua prática. Os associados não residem na mesma localidade nem em localidades próximas umas das outras, vivem espalhados por todo o território nacional e até no estrangeiro; o acesso, mesmo a nível postal ou telefónico, não é tão fácil como possa parecer, exige um esforço de investigação acima da média, é de difícil concretização, tornando impraticável atingir os objectivos propostos. Por outro lado, o objecto “solidariedade” aqui, entende-se como sendo da organização e nunca das pessoas singulares que a integram.
Constituindo os encontros regionais um propósito louvável e que poderia ser de fácil execução, a sua concretização prática foi, em dois episódios, possível, sendo que segundo teve um final pouco feliz. A ligação com a Ordem Carmelita, como pressuposto na efectivação de tais encontros, é de suma importância, dada a natureza da Associação, mas, confesso, pode criar, naturalmente, fricção, com o princípio do “pluralismo ideológico, cultural e religioso”, atendendo a que tal ligação implicará sempre uma certa relação com a Espiritualidade Carmelita e suas manifestações práticas.
“Promover a ocupação de tempos livres para os jovens, filhos do associados” . Este desiderato aparece como algo louvável, desde que os associados residissem relativamente próximo uns dos outros, de modo que permitisse que, qualquer iniciativa da Associação pudesse ser partilhada pelos eventuais filhos dos associados. Assim não sendo, como de facto não é, este propósito unicamente pôde ser levado á prática, durante os encontros em que os associados se faziam acompanhar pelos seus filhos, ou outros jovens familiares. Contudo, o tempo veio a mostrar que, cada vez menos jovens acompanhavam os pais aos encontros dos Antigos Alunos ou, dizendo de outra maneira, cada vez menos antigos alunos com filhos, apareciam nos encontros, ficando os jogos e outros materiais sem qualquer préstimo. Não nos parece, pois, que um tal objectivo devesse integrar os objectivos desta Associação. Pelo menos nos moldes em que se encontra formulado.
E chegamos local dos objectivos em que se propõe uma colaboração estreita com a Ordem Carmelita (Manter laços estreitos de trabalho e cooperação com a Ordem Carmelita, quer divulgando a sua obra quer apoiando-a em iniciativas onde as estruturas da Associação se revelarem úteis;).
É verdade que durante todos estes anos se manteve uma ligação sempre grande com a Ordem Carmelita, até porque um dos membros da Direcção é um sacerdote da Ordem, ligação essa que se veio traduzindo por um acompanhar da vida da Ordem nas suas variadas manifestações e celebrações.
No que à divulgação da sua obra se refere, apesar da boa vontade dos membros da Direcção e da sua participação em muitas das acções realizadas pela Ordem, pouco se evoluiu, para além do que se publica no “Vínculo II” e no Blog da Associação.
Porém, antes de pensar em manter estes “laços estreitos de trabalho e cooperação com a Ordem Carmelita” importa saber o que é esta Instituição, qual “o seu Carisma e Missão, bem como quais as suas características fundamentais”. Só sabendo tudo isto em pormenor e estando bem conscientes da natureza destas características, é que a Associação pode predispor-se para o cumprimento deste desiderato dos estatutos.

A Verdade é que:
A ordem do Carmo, como rezam as Constituições actualmente em vigor, é uma Instituição cujos membros se propõem “Viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-Lo fielmente com coração e consciência recta” (Regra, Prólogo)… Os Carmelitas vivem o seu obséquio a Cristo, empenhando-se na busca do Deus vivo (dimensão contemplativa da vida), na fraternidade e no serviço(diakonia) no meio do povo (nº14 das Constituições).
”Com efeito, desde as origens, a comunidade dos carmelitas adoptou um estilo contemplativo, tanto na estrutura como nos valores fundamentais. E tal estilo ressalta evidente da Regra. Ela delineia uma comunidade de irmãos, toda dedicada à escuta orante da palavra e assídua na celebração do louvor do seu Senhor; uma comunidade composta por pessoas que querem deixar-se modelar e habitar pelos valores de espírito: castidade, pensamentos santos, justiça, amor, fé, espera da salvação, trabalho feito na paz, silêncio que, como afirma o profeta, é o culto da justiça e dá sabedoria às palavras e ao agir, discernimento, que é “guia das virtudes” (16).
E, o exercício da contemplação “não só é fonte da… vida espiritual, como também determina a qualidade da vida… fraterna e do… serviço dos carmelitas no meio do povo de Deus” (18).
Pelo que, “a atitude contemplativa para com o mundo em torno dos carmelitas, que os faz descobrir Deus presente nas suas experiências quotidianas, leva-os a encontrá-Lo especialmente nos seus irmãos. Assim, são levados a valorizar o mistério das pessoas que lhes são próximas e com as quais compartilham a sua vida. A sua Regra quer que sejam acima de tudo “fratres” e recorda-lhes como a natureza das referências e das relações interpessoais, que caracterizam a vida da comunidade do Carmelo, se desenvolveu no exemplo inspirador daquela primitiva comunidade de Jerusalém. Ser “fratres” significa para eles crescer na unidade, na superação das distinções e privilégios, na participação e na co-responsabilidade, na partilha dos bens, num projecto comum de vida e dos carismas pessoais; significa, também, amadurecer atitudes de atenção ao bem-estar espiritual e psicológico das pessoas, percorrendo os caminhos do diálogo e da reconciliação” (19).
Para além desta dimensão “como fraternidade contemplativa, buscam o rosto de Deus também no coração do mundo. Crêem que Deus fixou no meio do seu povo a sua morada, e por isso a fraternidade do Carmelo sente-se parte viva da Igreja e da História: uma fraternidade aberta, capaz de escutar e fazer-se interpelar pelo próprio ambiente, disposta a acolher os desafios da história e a dar respostas, autênticas de vida evangélica com base no próprio carisma, solidária e também pronta a colaborar com todos os homens que sofrem, esperam e se empenham na busca do Reino de Deus” (21).
Passamos agora, para o último objectivo da Associação que é “Concretizar anualmente o encontro de todos antigos alunos, quer sejam sócios, ou não”.
Sendo que, anualmente, se realiza a Assembleia-geral (que, em meu entender, deveria ter lugar na Sede Social da Associação - Seminário Carmelita do Sameiro, Braga), que dá também lugar à concretização de um encontro nacional, entendo ser duplicação desnecessária de eventos, a realização de um encontro especificamente para todos os antigos alunos. Além do mais, esta alínea repete o que outra anteriormente dizia sobre encontros regionais e nacionais.

Os objectivos que acabámos de revisitar merecem-nos alguns comentários:
Numa organização como a nossa, a promoção da solidariedade entre os associados deveria privilegiar mais a parte psicológica e espiritual, do que a parte material [como diz o ditado oriental – não dar o peixe mas sim ensinar a pescar], pois o espírito positivo e o optimismo, mesmo no meio das dificuldades, é uma fonte de energia que tende a contribuir imenso para se encontrar o caminho de solução para os problemas que, ao longo da vida, por vezes encontramos. A dispersão geográfica dos associados pouco ou nada ajuda à concretização de qualquer outro tipo de ajuda e, se nos ativermos ao plano financeiro, esse só seria possível se a nossa Associação tivesse um património financeiro que pudesse servir de base a um tal desiderato. Considerando que a nossa Associação nem dinheiro tem para pagar as despesas correntes, tendo de ser os membros da Direcção a custeá-las, fácil se torna concluir pela inviabilidade de um propósito como o que acima se enuncia como objectivo da Associação.
No aspecto cultural, pode haver conferências e outros eventos passíveis de ser frequentados ou participados por antigos alunos; contudo, desconhecendo as apetências culturais dos associados torna-se um tanto arriscado avançar com acções a este nível.
No plano profissional, houve sempre ao longo dos anos, disponibilidade de entreajuda, até pelo facto de haver associados a exercer profissões que proporcionavam facilidade de apoio a quem o solicitasse. Tal apoio, contudo, era sempre dado a qualquer antigo aluno independentemente de ele ser sócio ou não e era prestado ao próprio ou a qualquer pessoa de família ou amigo que fosse apresentado.
No que aos encontros diz respeito, as tentativas de realizar encontros regionais, nem sempre foram bem sucedidas e, mesmo nos nacionais, foram progressivamente tendo cada vez menos participantes, o que vem acarretando problemas para a Direcção que os organiza, dando origem a um processo de desmotivação progressiva, o que poderá passar a levar à realização de um único encontro por ano e que inclua a realização da Assembleia Geral anual. É uma posição pessoal que entendo perfeitamente aceitável, tendo presente que a realização de qualquer encontro é sempre dispendiosa, ultrapassando significativamente as receitas da Associação.
Além disso, interessante verificar que, quando se fala de encontros regionais e nacionais, refere-se “em ligação com a Ordem Carmelita”, condição que já não é referida para a realização do encontro anual dos antigos alunos quer sejam sócios ou não.
No que se refere aos tempos livres dos filhos e netos dos associados, é algo que é de difícil realização, pois o número dos jovens que apareciam ficou reduzido à ínfima espécie, ou zero absolutos.

Propostas e sugestões:
Todo o movimento tendente a reunir antigos alunos de qualquer Instituição, deverá, em nosso modesto entender, ter sempre em atenção, a formação recebida durante o tempo em que privaram na convivência e nos estudos, bem como os princípios que norteavam a Instituição onde estiveram, por vezes durante muitos anos. E, se a memória do tempo passado é algo que permanece no interior de cada um, só deveriam vir à tona os aspectos positivos dessa vivência, nunca os aspectos negativos que, por vezes, possam ter recheado a vida dos antigos alunos. Tais aspectos, deveriam ser sempre interpretados como momentos de crescimento e integrados na vida de cada um, sem qualquer ressentimento contra terceiros, pois que, das experiências vividas no passado, foram incomparavelmente mais as que nos beneficiaram e ajudaram a crescer e a evoluir, do que aquelas que, aparentemente, e só mesmo aparentemente, nos prejudicaram.
Ao criar uma associação aglutinadora de antigos alunos de uma mesma instituição, além de afirmar solenemente o rigoroso respeito pelo pluralismo ideológico, cultural e religioso dos seus membros, deveria enunciar, também, como princípio, o reconhecimento dos valores que norteiam a Instituição a que se sentem ligados, nas suas raízes, estabelecendo como pressupostos, os mesmos princípios em que assenta essa Instituição. No nosso caso, deveria constar nos princípios da Associação que esta assenta nos mesmos princípios que são a base da Ordem Carmelita (Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo) e a que acima nos referimos. Só assim é que se poderá compreender o objectivo dos actuais estatutos:
“Manter laços estreitos de trabalho e cooperação com a Ordem Carmelita, quer divulgando a sua obra quer apoiando-a em iniciativas onde as estruturas da Associação se revelarem úteis”.
E, baseada nestes pressupostos, deveria ter como objectivos:
- Divulgar por todos os associados e outros antigos alunos, a maneira como os Carmelitas vêem a realidade da vida humana e a sua relação com a sua Fonte Divina, procurando uma adesão cada vez maior à espiritualidade carmelitana.
- Localizar todos os antigos alunos, registando todos os elementos possíveis, para os ter sempre contactáveis.
- Procurar desenvolver a solidariedade psicológica e espiritual entre todos os antigos alunos, promovendo a entreajuda informativa, nomeadamente nos planos social, profissional e cultural, tendo presente as capacidades, possibilidades e necessidades manifestadas por todos os antigos alunos, sem excepção.
- Editar um boletim, jornal ou revista, com novo visual e de acordo com as possibilidades da Associação, na qual, para além de aspectos lúdicos, se desenvolvam os temas atinentes ao que se referiu nas alíneas anteriores, publicando até artigos de fundo que ajudem a resolver os problemas que vão surgindo ao longo da nossa caminhada terrestre. (E entre os antigos alunos há muitos especialistas nas mais variadas áreas, que podem dar o seu precioso contributo aos outros irmãos que, no passado, com eles privaram).
- Realizar um encontro nacional de todos os antigos alunos e/ou confrades da Ordem do Carmo em Portugal, em local a designar pela Direcção, tendo sempre presente as raízes de muitos dos antigos alunos.
-Proporcionar activamente a possibilidade de, no seu interior, se criarem e desenvolverem grupos formais de reflexão sobre os valores fundamentais da vida humana e da espiritualidade carmelita, fundamento real da existência desta Associação.
-Diligenciar para que esta Associação se torne efectiva e oficialmente parte integrante da Família Carmelita, tal como Ela é descrita no número 28 das Constituições da Ordem e que, como tal, seja reconhecida por todas as outras entidades que fazem parte da Família Carmelita planetária.
- Divulgar a espiritualidade e a obra da Família Carmelita, na sua totalidade, pela palavra, pela promoção do exemplo de vida dos seus associados e pelos eventos que possa vir a realizar.

E concluo
Agradecendo a paciência com que escutaram esta viagem pelo paraíso de uma organização ligada à Ordem Carmelita, mas bastante longe dela no espírito que a informa, desejando dizer que não sintonizo a filosofia que subjaz à Associação a cujos destinos me fizeram presidir (e nisto estou acompanhado por toda a Direcção), não só por tudo o que acima disse, mas também, porque uma Associação do género desta, ou assenta em princípios e práticas que tenham a ver com o destino espiritual e cósmico das pessoas que dela fazem parte integrante como associados, reestruturando as suas bases teóricas e a sua relação com a Família Carmelita de que deve fazer parte integrante, ou então encerra a sua actividade.
Estas jornadas têm como objectivo reflectir sobre o futuro da Associação. Aqui, expusemos algumas linhas de orientação conducentes à reestruturação dos Estatutos e à mudança radical de rumo desta mesma Organização.
Tal desiderato só poderá ser concretizado se a maioria dos sócios, no pleno exercício dos seus direitos estatutários, assim o decidir. (E eles são 42).
A nós compete-nos afirmar que não continuaremos a dirigir uma organização nos termos e nas condições em que esta tem vindo a ser obrigada a funcionar.
Espero que todas estas reflexões sirvam para que esta nossa associação ressurja num movimento ascendente imparável, como estrela luminosa num mundo tão perturbado pela falta de pensamento positivo e de iluminação interior, para que a Família Carmelita, ainda mais apoiada pelo nosso Irmão Lusitano Maior, Nuno Álvares Pereira, cresça e seja, a cada dia que passa, factor de crescimento interior e de solidariedade plena para com os Irmãos que mais necessitam de aprender a pescar.
Que a Paz e o Espírito de solidariedade residam sempre dentro de todos nós.
DISSE !