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sexta-feira, 20 de junho de 2014

AS NOVAS REVELAÇÕES
 
NEALE DONALD WALSCH
 
(Excertos)
 
Esta tendência teimosa que os seres humanos têm para se agarrar ao seu passado, para recusar a inovação ou novas formas de pensar até serem obrigados a mudar de opinião perante o peso humilhante e definitivo de uma prova, tem vindo a travar o vosso processo evolucionário ao longo de milhares de anos. No entanto, não parece que nos possamos dar ao luxo de arrastar esse processo. É como se, agora, tivesse chegado o tempo da essência. Chegámos a uma encruzilhada. Sim. Estão agora perante um novo e temível perigo - um perigo para toda a vossa espécie. Uma ameaça à vossa própria sobrevivência que deriva da combinação entre uma fractura na ideologia e um avanço na tecnologia, o que torna possível que tentem resolver as vossas diferenças com instrumentos de destruição humana jamais imaginados nos vossos piores pesadelos. Meu Deus, o que podemos fazer? Há cinco coisas que podem escolher fazer agora, se o que pretendem é mudar o vosso mundo e alterar o comportamento auto-destrutivo em que este prossegue. 1. Podem escolher reconhecer que algumas das vossas antigas crenças acerca de Deus e da Vida já não funcionam. 2. Podem escolher reconhecer que há algo que não compreendem em relação a Deus e à Vida, cujo entendimento modificará tudo. 3. Podem escolher estar predispostos para receber um novo entendimento de Deus e da Vida, um entendimento que poderá gerar uma nova forma de viver no vosso planeta. 4. Podem escolher ser suficientemente corajosos para explorar e questionar este novo entendimento e, se este estiver de acordo com a vossa verdade e conhecimento interior, alargar o vosso sistema de crenças para incorporá-lo. 5. Podem escolher viver as vossas vidas como demonstrações, e não como negações, das vossas crenças mais elevadas e grandiosas. Estes são os Cinco Passos Para a Paz e, se os seguirem, poderão mudar tudo no vosso planeta. Porquê toda esta ênfase em Deus e nas nossas crenças? Porque não nos dizes para mudarmos os nossos sistemas políticos e económicos mundiais? Porque não nos dizes para mudarmos as nossas leis, acabarmos com a nossa violência, partilharmos os nossos recursos, pormos termo à discriminação, pormos cobro à opressão, redistribuirmos a nossa abundância, travarmos as nossas guerras e vivermos em paz? Porque todas essas mudanças são no comportamento. Não serão exactamente os nossos comportamentos que precisam de ser alterados neste momento? Sim. Se decidirem que agora desejam um mundo a viver em paz e harmonia, então a resposta é sim. Está bem, desisto. Não percebo. Porque falas sobre crenças se o que precisamos é de alterar comportamentos? Porque as crenças criam comportamentos. Todos os comportamentos são criados por crenças? Todos os comportamentos. Não existe nada do género de "reacções automáticas"? Até mesmo essas reacções são baseadas no que vocês acreditam estar a acontecer, estar prestes a acontecer, ou poder acontecer. Todos os comportamentos derivam de crenças. Não é possível fazer-se uma mudança a longo prazo dos comportamentos, sem ter em conta as crenças que estão na sua base. Vou repeti-lo, porque a brevidade desta afirmação pode fazer com que a sua importância passe despercebida. Eu disse: Não é possível fazer-se uma mudança a longo prazo dos comportamentos, sem ter em conta as crenças que estão na sua base. Isso quer dizer que é nas nossas crenças que a sociedade tem de centrar as atenções. Exactamente. E é precisamente nesse ponto que a maior parte das vossas sociedades não tem centrado as atenções – exceptuando aquelas sociedades que neste momento provocam, e que historicamente provocaram, as maiores convulsões. Mas e se nós... ... Ouve o que te digo. Estou a dizer-te algo de extrema importância. O que eu acabei de dizer foi que... aquelas sociedades que neste momento provocam (e que historicamente provocaram), as maiores convulsões no vosso mundo, são as sociedades que centraram as suas atenções nas crenças. A maior parte dos humanos procura mudar as coisas centrando a sua atenção nos comportamentos. Vocês continuam a pensar que podem melhorar o estado de coisas ao fazerem algo. Por isso, anda toda a gente num rodopio a tentar perceber o que pode fazer. Concentram-se em fazer seja o que for, em vez de acreditarem um pouco que seja. Mas existem forças radicais no seio das vossas sociedades que sempre procuraram alterar as coisas recorrendo ao poder do pensamento – e não da acção – porque estão cientes de que o pensamento produz acção. Se se fizer com que uma pessoa pense de determinada forma, conseguir-se-á que essa pessoa aja de uma forma determinada. Conseguir o inverso disto já não é tão fácil. Pensa no caso de matar, por exemplo. Dificilmente conseguirás fazer com que alguém saia para a rua e mate uma pessoa apenas porque lhe dizes para o fazer. É preciso que lhe dês uma razão. E uma "razão" é algo que existe apenas em pensamento. E o pensamento é algo que se baseia sempre na Crença. Por esta razão, no caso de se querer que uma pessoa mate outra, a forma mais rápida de o conseguir é dando a essa pessoa uma crença que sustente essa acção e que a possa justificar. Como por exemplo? Uma dessas crenças poderá ser a de que matar é algo pretendido por Deus, que ao fazê-lo se estará a cumprir a Vontade de Deus, e que quem o fizer será recompensado no Céu por tal acto. Esta poderá ser uma crença muito poderosa, um incentivo muito poderoso. E assim, enquanto a maior parte do mundo procura implementar a mudança dizendo às pessoas o que estas deverão FAZER, aqueles que realmente sabem como motivar as pessoas estão a implementar a mudança dizendo às pessoas aquilo em que estas devem ACREDITAR. Estás a perceber? Uau! Sim. O vosso mundo enfrenta neste momento problemas muito sérios, e é preciso que resolvam os problemas ao nível da crença. Não podem resolver os problemas ao nível do comportamento. Procurem alterar as crenças, não os comportamentos. Depois de alterarem uma crença, o comportamento alterar-se-á por si só. Mas nós somos uma sociedade extremamente orientada para a acção. O mundo ocidental, em particular, sempre encontrou as suas soluções através da acção, não através da contemplação silenciosa ou da filosofia. Podem empreender todo e qualquer tipo de acção com o fito de alterar ou travar o comportamento de alguém, mas a menos que alterem as crenças que produziram semelhante comportamento, não conseguirão alterar nem travar o que quer que seja. Podem alterar uma crença de duas formas. Expandindo-a ou alterando-a completamente. Seja como for, terão de agir de uma forma ou de outra, caso contrário jamais conseguirão alterar o comportamento. A única coisa que conseguirão será interrompê-lo. Por outras palavras, o comportamento será retomado. Tens alguma dúvida quanto a isso? Será que não vês a vossa História repetindo-se continuamente? Sim, vejo. E é frustrante. A tua espécie faz o mesmo repetidamente, vezes e vezes sem conta, porque não conseguiu mudar as suas crenças essenciais – acerca de Deus e da Vida – ao longo de milhares de anos. Praticamente em todas as escolas no vosso planeta, em quase todas as culturas, de uma forma ou de outra, se ensinam as crenças. Muitas vezes, vocês apresentam as crenças como sendo "factos", mas na verdade não passam de crenças. Isto não seria tão mau e não teria consequências tão terríveis se aquilo em que vocês acreditam, aquilo que ensinam, fosse aquilo que de facto é. Mas de facto não é. Vocês ensinam às vossas crianças o que não é e dizem-lhes que "assim é que é". Na maior parte dos casos, não o fazem intencionalmente. Vocês não sabem que isto são falácias. Elas são, no fundo, aquilo que vos ensinaram. Por essa razão, assumem que são verdadeiras. E é assim que "os pecados do pai passam para o filho, até à sétima geração". Em algumas escolas – particularmente em algumas escolas religiosas onde as crianças, desde tenra idade, são encorajadas a perspectivar a vida através do prisma de doutrinas religiosas singulares e de preconceitos culturais –, o que resulta disto é a reprodução de comportamentos incrivelmente negativos, que reflectem crenças extraordinariamente erradas. Ensinam as vossas crianças a acreditar num Deus intolerante e, desta forma, são condescendentes com os comportamentos de intolerância dessas mesmas crianças. Ensinam as vossas crianças a acreditar num Deus irado e, desta forma, são condescendentes com os comportamentos irados dessas mesmas crianças. Ensinam as vossas crianças a acreditar num Deus vingativo e, desta forma, são condescendentes com os comportamentos de vingança dessas mesmas crianças. Em seguida, mandam essas crianças combater os demónios que vocês próprios criaram. Não é por acaso que o maior número de "guerreiros" de qualquer movimento radical é maioritariamente composto por jovens. Quando deslocam os vossos jovens, das escolas religiosas ou das academias militares, directamente para as vossas forças armadas, garantindo-lhes que combatem por "uma causa maior", por "um propósito grandioso" ou que Deus está do seu lado, o que irão eles pensar? Deverão eles contradizer os seus anciãos, os seus mestres, os seus padres, os seus ulamas? Todavia, se não tomarem cuidado, as vossas próprias crianças aniquilar-vos-ão. Então, devemos mudar as crenças dos mais novos. Sim. No entanto, tal não pode acontecer se não mudarem as crenças daqueles que ensinam os mais novos. E isso implica-vos a todos. Pois não se ensinam os mais novos apenas dentro das escolas, tal acontece em todos os momentos das suas vidas, quando os mais jovens vos observam, examinando o modelo de vida que cada um de vocês é, a viver a vossa vida. Isto é algo que precisam de compreender: Toda a vossa vida é um ensinamento. Tudo que pensam, dizem, e fazem serve de ensinamento para os outros. Acham que os outros não sabem aquilo que vocês pensam? Por acaso passa-vos pela cabeça que os outros não prestam atenção ao que vocês dizem? Têm esperança de que os outros não vejam aquilo que vocês fazem? Os mais jovens, em especial, estão ávidos de aprender coisas sobre a vida e aprendem a viver sobretudo a partir da própria vida. E isto é algo que eles sabem intuitivamente. Eis porque observam tudo de tão perto. Os mais jovens não deixam escapar nada. Vocês pensam que os estão a enganar? Pensem melhor. Eles vêem o medo. Vêem a raiva. Vêem a hipocrisia. Vêem-vos a dizer uma coisa e a fazer outra diferente. E, sim, sabem até bastante bem aquilo em que estão a pensar. Mais do que vocês pensam que eles sabem. Então, temos de mudar as nossas crenças antes de esperarmos que as crenças dos nossos descendentes mudem. Sim. E se não o fizerem, ficarão a ver os vossos jovens fazerem coisas terríveis e inimagináveis - e ficarão a pensar onde é que eles poderão ter ido buscar semelhantes ideias. Como aqueles jovens que levaram Matthew Shepard, um jovem estudante universitário homossexual, para um local isolado no meio do campo (lá para os lados de Laramie, no Wyoming), há alguns anos atrás, atando-o às sebes de um curral de vacas, espancando-o de forma brutal, abandonando-o e deixando-o moribundo? Como esses jovens, sim. Sentiam que ele merecia o que lhe haviam feito. Sim. Nem sequer sentiram que o que lhe estavam a fazer não era correcto. Ninguém faz nada que não seja correcto, de acordo com a sua concepção do mundo. Eis uma afirmação de uma tremenda importância. De facto é. Por isso, vamos repeti-la. Eu disse... Ninguém faz nada que não seja correcto, de acordo com a sua concepção do mundo. Isso quer dizer que o que temos a fazer é mudar a nossa concepção do mundo. Exactamente. Foi isso que estive aqui a dizer. E temos de mudar as crenças das pessoas, pois é nelas que a sua concepção do mundo se baseia. Exactamente. Os nossos descendentes limitam-se a copiar-nos. Todas as pessoas se limitam a imitar as outras. Limitamo-nos a fazer o que vemos os outros fazerem. Sabes o que um espelho diz para outro espelho? Não. É tudo feito com pessoas." (Neal Donald Walsch, in “as novas revelações”, Trad. Port., Sinais de Fogo, Maio 2003, pgs. 27-36).

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